Carlos Miele em Casa...

O estilista brasileiro Carlos Miele retorna às praias favoritas da sua juventude para construir uma casa de vidro, totalmente conjugada com a natureza.
Crescendo em São Paulo, Miele sonhava em se tornar um arquiteto. Ele lia muitos livros de arquitetura, mas encontrou sua verdadeira vocação na moda e seus vestidos deslumbrantes em cores brilhantes com pituras, ao longo da vida refletem seu interesse nas artes plásticas. Mas mesmo tomando rumos diferentes da arquitetura, Miele nunca abandonou o desejo de construir sua própria casa.

Há alguns anos despertou o desejo em desenhar uma casa em Florianópolis, um santuário, como ele a chama, a apenas um curto vôo de distância de seu apartamento em São Paulo. Miele surfou nas praias da ilha desde os 17 anos. "A natureza nesta parte do Brasil ainda é muito forte", diz ele. "Eu queria um lugar cercado por uma paisagem, onde eu não veria os meus vizinhos." Ele escolheu um sítio na Lagoa da Conceição, de frente para a lagoa de largura significativa que o bairro leva seu nome.



A principal inspiração de Miele foram as casas de vidro retangulares de Mies Van Der Rohe e Philip Johnson, que estão localizadas principalmente nas frias regiões do norte, como Nova Inglaterra e o Centro-Oeste dos EUA.
"Estranhamente, enquanto o modernismo se desenvolve no Brasil, casas de vidro são raras", diz ele, mesmo quando o clima tropical se adequa a tais estruturas abertas. "As pessoas são muito clássicas aqui", diz Miele. "Elas gostam de copiar as casas de Miami."

As vidraças enormes da casa de Miele transformam o ambiente natural, meticulosamente cultivados fora das janelas na decoração grandiosa. Cada parede torna-se, com efeito, um mural de árvores, plantas e flores abundantes. "Em noites de lua cheia, você não precisa de luz interior", diz ele. Em dias de tempestades transformam a casa em um teatro.

Para melhor conectar os dois reinos, Miele projetou uma piscina de 82 metros de comprimento, com uma extremidade no jardim e outro no meio da sala de estar, emoldurado por um deck feito de pinus. Durante o dia, a piscina serve como um espelho, refletindo a luz de fora, à noite, as lâmpadas submarinas transforman-se em um show de luzes coloridas.


A casa foi construída cerca de cinco metros acima do chão, de modo que parece flutuar sobre um mar de verde. Ele cercou a caixa de vidro com árvores da floresta indígena e plantas. Abacaxi, manga, mamão, goiaba e todos outros frutos crescem aqui. Os macacos vivem nas copas das árvores, e tucanos e falcões fazem ninhos no jardim. 

 "Eu não vejo fronteiras entre estilos, como moderno ou contemporâneo. Eu coletei cada pedaço de uma experiência ou período diferente da minha vida."
A maioria dos móveis são construídos a partir de madeiras brasileiras: Pequi, Nogueira e eucalipto. Um ambiente é dividido por uma parede feita de pedras de São Tomé empilhadas imperfeitamente. Antiguidades, entre eles uma enorme cama de madeira do século XVIII vinda de Portugal, com um mix de uma chaise Le Corbusier e uma cadeira podlike composta de barbilhões que pende do teto ao lado da piscina. A área de jantar é dominada por fotografias de grandes dimensões de uma peça encenada por Miele no John F. Kennedy Center, em Washington, DC

Miele também tem um apartamento em Nova York e planeja construir uma outra casa na serra Brasileira. Ele e sua namorada, Ana Gequelin, são viajantes inveterados, mas ele espera algum dia se aposentar em seu lugar em Florianópolis, que ele considera como uma extensão de si mesmo. "Parece que uma parte de mim é tudo aberto e integrado", diz ele. "As únicas coisas que eu não gosto são as paredes."

 




































Via Elle Decor

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