Desde o início, os ventos literalmente sopraram a favor desta
residência em Salvador, na Bahia. Localizada num terreno cortado pelo
constante vento noroeste, a casa foi desenhada para tirar proveito da
brisa, numa cidade onde a temperatura externa chega a 40 graus. A
construção forma um quadrado ao redor de um pátio gramado, lembrando um
claustro, elemento da arquitetura colonial muito presente na Bahia.
Nesse pátio interno reinam três mangueiras nativas da região,
acompanhadas de uma piscina.
São quase 700 m² de área construída, formando oito fachadas
impactantes: quatro voltadas para o pátio e quatro para as laterais
externas. Todas as faces se abrem para o verde, parcial ou totalmente,
como a sala de estar longitudinal, que se transforma numa vasta varanda
quando aberta.
Grandes painéis de muxarabis, herança dos mouros trazida pelos
portugueses, fecham os ambientes internos ao mesmo tempo em que permitem
a entrada de ar. Se parte da casa é revestida de madeira treliçada com o
propósito de garantir a ventilação, o restante é coberto de pedras
moledo, que promovem um isolamento térmico poderoso. As telhas de
demolição, feitas artesanalmente de barro, também contribuem para manter
a casa sempre fresca.
A alma da residência é definitivamente baiana. Os moradores, um casal
com dois filhos, queriam uma casa acolhedora como eles, para receber
amigos que chegam de manhã e só saem no fim do dia. Por isso, o projeto
oferece possibilidades de circulação em que as pessoas se encontram
quando vão de uma área à outra.
Via Vogue
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